Medo e Ansiedade
- Karla Fabiana Benthien Potier - Psicóloga
- 19 de mai. de 2020
- 15 min de leitura
Atualizado: 6 de jun. de 2020
O medo tornou-se o alvo principal de estudos por estar na raiz biológica de vários distúrbios mentais.
O que é o medo e qual sua função?
O medo é uma emoção instintiva, primitiva, orgânica, natural, associada a necessidade básica que os animais e os seres humanos têm de se proteger frente a um perigo iminente ou algo que ameaça a sua sobrevivência ou de sua prole, vindo a resultar em reações diferentes de luta ou fuga, como forma de enfrentamento.
Porém o medo se torna um problema de saúde mental quando o que era para ser um estado temporário de alerta para proteger e um mecanismo defensor e de proteção persiste a ponto de impedir atividades corriqueiras e ações necessárias a vida. Ainda o medo tornou-se o alvo principal de estudos por estar na raiz biológica de vários distúrbios mentais, como ansiedade, hipocondria, depressão entre outros.
Como surgiu ou de onde vem o medo?
O medo instintivo tem origem biológica e se origina em estruturas primitivas, subcorticais do cérebro. Essas estruturas foram programadas biologicamente para preparar o corpo a uma nova situação de adaptação a mudanças climáticas, desastres naturais, predadores enfim tudo que ameaça a sobrevivência da espécie. Diante de uma situação real de perigo, toda a informação externa passa pelos órgãos dos sentidos, se direciona ao mesencéfalo, ao hipotálamo e a amígdala cerebral.O hipotálamo será responsável pelas reações de luta e fuga diante de uma situação de perigo disparando no corpo substancias que elevam a pressão arterial, aumentam a atenção e preparam os músculos para agir. Essa região também produz vários hormônios associados ao controle da fome, da sede, da temperatura corporal, do sono, do comportamento reprodutivo e da agressividade. Essa região se conecta com diversas outras como amígdala cerebral, responsável pela sobrevivência da espécie.
O funcionamento bioquímico dessas áreas é supra ativado, gerando estresse, alterando a quantidade de neurotransmissores como cortisol, vasopressina, dopamina,serotonina entre outros nas fendas sinápticas, aumentando os circuitos sinápticos elétricos. O cortisol gerará uma sobrecarga de energia do sistema capacitando-o a reações aos estímulos externos. A vasopressina será responsável pela alteração da pressão sanguínea, fazendo com que os pulmões precisem trabalhar mais para enviar oxigenação para os vasos sanguíneos das as extremidades do corpo, braços, mãos e pernas e pés, capacitando esses à reação de luta ou fuga. Glândulas sudoríparas são supra atividades, com a função de produzir mais suor para no caso de facilitar o escape das garras do predador. Alguns animais secretam substancias venenosas ou mal cheiro para espantar os predadores, ou ainda tem seus pelos involuntariamente arrepiados com a função de parecerem maiores e afugentar os predadores. Assim nos seres humanos, situações externas de perigo como incêndio, assalto, doenças, epidemias, pandemias como a qual estamos vivendo, geram estresse como meio de adaptação ou defesa natural para a nossa sobrevivência.
No entanto se as situações reais geradoras de estresse forem frequentes, prolongadas e intensas, o sistema não conseguirá voltar a auto regulação ou homeostase rapidamente, permanecendo em estado de constante alerta antecipando um possível perigo, podendo chegar a um esgotamento físico excedendo os seus limites de funcionamento, podendo gerar pânico e outros prejuízos funcionais.
De acordo com pesquisas, , especificamente o núcleo mediano da rafe do mesencéfalo, reconhece temporal e espacialmente um ambiente onde ocorreu um trauma, e o decodifica como um estímulo aversivo capaz de provocar o temor associado a um ambiente traumático ou perigoso. Algumas dessas informações podem ser transmitidas para outras gerações sem que as próximas gerações tenham necessariamente passado pelo trauma, como forma de proteção. Por exemplo a aversão de ratos a lugares abertos, o medo da altura de humanos a lugares altos por não saberem voar, são inatas, vem na bagagem genética.
O MEDO NÃO É SÓ INSTINTIVO, É PSÍQUICO
Além do medo instintivo, que tem a função de autopreservação e possibilidade de sobrevivência para propagação da espécie, relacionado as necessidades de luta e fuga frente ao perigo real , existem os medos gerados na mente conforme as necessidades e experiências de vida de uma pessoa principalmente num momento de doença, e de crise como a qual estamos enfrentando devido a Pandemia.
O que é ansiedade
Antes mesmo da Pandemia pela Covid-19, o Brasil já era considerado o país com mais casos de ansiedade do mundo. Agora sem dúvida esses casos aumentaram significativamente frente à crise gerada por ela. É preciso, porém, entender e esclarecer o que é ansiedade para não usar esse termo indiscriminadamente ou banalizá-lo.
Além da necessidade de adaptação, sobrevivência e propagação da espécie, existe nos seres humanos uma percepção subjetiva e peculiar sobre suas experiências e uma força motriz interna baseada nas necessidades de pertencimento, conexão e amor- certeza, variedade, significância, crescimento e contribuição, as quais nessa Pandemia vem sendo extremamente ameaçadas pelas contingências das medidas protetivas que geraram desemprego, distanciamento social, restrições à liberdade e a atividades sociais e de lazer. A interpretação da gravidade de tais ameaças podem causar medo de escassez, de abandono, de exclusão, além do próprio medo da morte e da perda que poderão gerar alterações no sistema psíquico e consequentemente ansiedade.
A ansiedade é um estado mental, ligado a emoção do medo, porém não apenas a um medo instintivo e primitivo frente a uma ameaça real mas ha um medo de ameaça a suas necessidades subjetivas descritas acima. Se refere ao estado de estresse ampliado, nem sempre condizente com a proporcionalidade dos fatos, sem necessidade de causa concreta ou real, com antecipação mental de perigo.
No caso da ansiedade os medos sobrepassam a realidade e podem também ser gerados pela mente e pelas experiências de vida de cada um desde o útero , ou de seus antepassados, como um padrão de pensamento ou de associação com fatos passados, útil a defensividade no presente, no entanto em excesso podem ser disfuncionais e danosos.
Nesses casos o cérebro também entende o medo e os estímulos estressores , sejam eles reais ou mentais , como verdadeiros . Esse processo acomete o sistema FISIOLÓGICO, EMOCIONAL, COGNITIVO e COMPORTAMENTAL de forma reativa ou aversiva.
Sintomas da ansiedade
Assim nas crises de ansiedade são geradas alterações endócrinas de neurotransmissores como adrenalina, serotonina e dopamina, gerando mal estar, hipervigilância a fatos que possam parecer ameaça e autonômicas em todo o sistema fisiológico , prejudicando a oxigenação e a irrigação suficiente de cada órgão, gerando falta de ar, enjoo, tontura, taquicardia, sudorese, dor de cabeça, sendo intensos e frequentes frente a situações cotidianas.
Na cognição as alterações podem causar prejuízos como : repertório rígido de respostas, perda de foco e atenção a informações importantes, percepção seletiva de estímulos, dificuldade desatenção dividida e memória, hiperfoco na ameaça ou pensamento voltado para o futuro, expectativas de consequências negativas catastróficas. Preocupação, alerta constante, antecipação negativa de acontecimentos, pouca seletividade de respostas, baixa flexibilidade cognitiva e de autocontrole. Necessidade de controle dos fatos e aversão a determinadas situações.
No âmbito das emoções o medo será supervalorizado, causando falta de tranquilidade e serenidade , insegurança, incerteza, preocupações constantes, sentimentos de fracasso e e impotência devido as dificuldades de autocontrole.
As respostas comportamentais provindas da alteração endócrina, cognitiva e emocional poderão ser de evitação, isolamento, e falta de interesse pelo novo que pode vir a ser interpretado como ameaçador. A pessoa sentirá dificuldade de se abrir para o mundo e novas experiências.
Tipos de Ansiedade
É importante diferenciar os tipos de ansiedade para evitar banalização ou catastrofização.
A ansiedade, pode ser caracterizada , de acordo com a frequência e intensidade com que ocorre, como:
um ESTADO (condição aguda, percepção transitória da realidade, sem perigo real);
um TRAÇO (padrão estável, desenvolvido ao longo da vida) ou
um TRANSTORNO (sensação intensa e frequente acometendo diversas áreas física é mental, trazendo prejuízo significativo de diversas capacidades), o que deve ser avaliado pela percepção do paciente e por um profissional especializado.
Se os traços ou os estados de ansiedade forem ampliados, frequentes e intensos, mesmo que intermitentes, sem causa real, não elaborado ou controlado e não for direcionado para o exterior, o corpo também entenderá como uma ameaça real gerando excesso de energia e ocasionará um esgotamento do sistema físico pela falta de descarregamento elétrico. Poderá esse sistema entrar em colapso ou exaustão com sintomas referentes ao chamado crise de ansiedade generalizada ou até pânico, como sensação de morte iminente. No pânico, a força dos estímulos ameaçadores (como a pessoa interpreta o que vive) sobrepassam as condições biológicas de responde-los. Quando a frequência e a intensidade dessas crises aumentam, quaisquer estímulos ambientais, barulho por exemplo, poderão servir de gatilho, prejudicando todas as atividades de vida funcional diária da pessoa, seja pessoal, familiar ou profissional, podendo evoluir quadros clínicos e Patológicos de Saúde Mental, como Transtorno de Ansiedade ou de Pânico, Depressão, Suicídio entre outros.
Vale lembrar que o excesso de estresse gerado por uma crise de ansiedade ou ansiedade generalizada enfraquece o sistema imunológico, pois esse sistema concentrará todos os seus esforços para lutar e combater um agente imaginário específico, porém inexistente, e quando realmente precisar estará escasso. Ainda o excesso de cortisol e a desregulação de vários níveis hormonais como inter-leucina, na corrente sanguínea, poderá estar associado a infecções crônicas, doenças cardiovasculares, psicossomáticas entre outras, o que vem acometendo inúmeras pessoas.
Portanto existe, principalmente nesse momento de crise gerada pela pandemia a necessidade de investimento em prevenção da saúde psíquica. Por isso é importante a busca de ajuda de um psicólogo, para regulação da emoção do medo ( entre outras) dos pensamentos e do enfrentamento da crise e de um médico caso os sintomas não sejam autorreguláveis ou controláveis com estratégias de manejo, pois pode haver necessidade de medicamentos para a regulação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina.
O medo e as relações sociais
O medo tem influenciado na humanidade por gerar comportamentos defensivos e reativos, de dúvida com relação a quaisquer pessoas que se aproximem de nó, devido a contextos sociais e econômicos, por exemplo o medo gerado pela criminalidade social. O importante é autoavaliar de que modo esse medo permeia sua rotina e de que forma isso influencia como você se coloca no mundo, desde a roupa que você usa até o lugar que você frequenta e a sua relação com a s pessoas aos eu redor.
Por que é tão difícil para o ser humano dominar suas emoções
De acordo com neurologistas, entre eles Joseph Le Doux , da Universidade de Nova York, os feixes nervosos ou extensão da malha neural que levam as informações emocionais da amígdala para o cérebro são em muito maior quantidade do que aqueles que levam as informações do neocortex ( responsável pelo controle das emoções) para a amígdala. Assim durante os estados aversivos, as respostas emocionais predominariam sobre a razão.
Como regular as emoções
Para a neuropsicologia é possível intervir na estimulação e na neuroplasticidade desses circuitos, estimulando a regulação das emoções por meio da oxigenação cerebral, através da meditação, da atenção plena. Ainda sendo possível a estimulação de neurotransmissores de serotonina e dopamina por meio de atividades voluntárias e da ativação e treinamento das funções executivas de controle inibitório de estímulos, tomada de decisão, planejamento e velocidade de processamento dos circuitos neurais que retornam do neocortex para a amigdala. A psicologia cognitivo comportamental também contribui na ativação da área do córtex pre frontal e ventro lateral orientando na identificação de esquemas disfuncionais, enraigados no sistema de defesa seja devido a experiências ou transmissão genética de traumas de antepassados, gerando pensamentos e esquemas disfuncionais e desadaptativos. Assim deixando estar o sujeito submetido apenas à soluções medicamentosas para controle bioquímico dos circuitos neurais.
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A CRISE DE ANSIEDADE OU PÂNICO
De acordo com o professor Dr.Bernard Rangé psicólogo clínico, doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a estratégia ACALME-SE pode ser útil na regulação de uma crise de ansiedade.
A= Aceite as sensações que vem com a ansiedade. Tenha consciência dela.Aceitar significa dar consentimento, permitir que ela exista e faça parte de você. Note as sensações e pensamentos. Não negue que você passa por esse estado. Diga " Sei que não é confortável mas logo vai passar".
C = Contemple a si e as coisas a sua volta
Contemple as coisas ao redor e não fique apenas olhando para dentro de você. Deixe seu corpo agir como ele quiser, sem julgamentos, e aprenda que, como observador, você evita “se transformar” em sua ansiedade. Tome a decisão de soltar seu pensamentos e não prende-los a você.
Combater, lutar contra as sensações, só fará com que elas aumentem. Ficar parado ou deitado, focando apenas nos sintomas podem ser desastroso, a menos que você observe e aceite sabendo que faz parte e logo atingirá um pico e passará. Tudo aquilo que você dá atenção se amplifica, por isso cuidado.
A = Aja mesmo com as sensações de ansiedade. Evite parar o que você está fazendo. Faça mais devagar , mas não interrompa. Retire o foco dos julgamentos sobre si mesmo e sobre o que está sentindo.
L= Libere o ar que está preso em seus pulmões. Ao inspirar, pelo nariz, procure levar o ar suavemente enchendo o abdome porém sem esforço, evitando inflar ainda mais os pulmões. Foque principalmente em soltar o ar, lentamente e longamente, como se estivesse esvaziando o abdome e seus pulmões do ar comprimido, diminuindo a sensação de aperto e sufocamento me. Essa respiração se chama diafragmática, pois o diafragma ajudará os pulmões na correta passagem e liberação de oxigênio para todas as células do corpo, principalmente fazendo voltar a oxigenação cerebral responsável pela regulação do córtex pre frontal responsável pela regulação da enxurrada emocional propiciada pelo sistema límbico.
M = Mantenha os passos anteriores. Não desista.
E = Examine seus pensamentos sem julga-los como bons ou ruins. " O que geralmente penso quando estou tendo uma crise tende a acontecer... á sei que se das outras vezes eu consegui sair da crise, dessa vez também sairei. A crise tem começo meio e fim. Logo que chegar que no pico ela diminuirá, assim como uma onda vou surfa-la, mesmo com medo. Qual o porcentagem de meus pensamentos catastróficos ocorrerem...Isso não é um presságio, premonição ou pressentimento. São apenas sensações do meu corpo e pensamentos que minha mente está criando e causando sensações no meu corpo. "
S = Sorria , você conseguiu passar pelo pior. Você não é a crise, o transtorno ou a doença, ela apenas faz parte de você!
E= Espere pelo futuro, com aceitação, abandonando o pensamento mágico de que a ansiedade desapareceu para sempre de sua vida . Ela na verdade é essencial ara que você continue vivo. A diferença é que, agora, você está em boa posição para lidar com ela novamente sem antecipar o negativo. Esteja no tempo presente. Estar no aqui e agora é focar em cada ato, saindo do piloto automático. É começar a sentir e se envolver com cada atividade que você esta fazendo naquele momento. Por exemplo: Estou tomando banho, pegando o sabonete, passando o sabonete, sentindo a água cair em meus cabelos, e meu peito... A água é morna e suave... Ao invés de estar tomando banho e tentando resolver os seus conflitos internos ou situações do dia a dia.
DICAS DA PSICOLOGIA COGNITIVA PARA PREVENIR E REGULAR A ANSIEDADE
Cada um deve aprender a distinguir as ameaças reais de suposições imaginárias.
Procure não antecipar resultados negativos.
Focar em um momento ou dia de cada vez.
Não se desesperar com uma emoção negativa, ela faz parte.
O ruim não dura para sempre.
Tenha em mente que você não está sozinho e não é o único.
Entender que se perder, poderá conquistar de novo, pois se perdeu é por que algum dia já foi capaz de conquistar e novamente o será.
Ter em mente alguém como exemplo de superação.
Ter pensamentos de autocompaixão.
Discernir informações úteis de informações catastróficas.
Diferenciar pensamentos funcionais de disfuncionais.
Selecionar o que é pensamento útil e inútil.
Levantar probabilidades de ocorrer o que imagina.
Dar respostas flexíveis aos fatos e buscar soluções e medidas preventivas.
Evitar pensamentos de pessimismo, lamúria e lastima.
Sugerir ao invés de criticar-se.
Focar nas possibilidades e oportunidades e não nas dificuldades.
Buscar soluções ao invés de culpados.
Julgar não é eficaz. Buscar compreender sim.
Aprender com seus erros ao invés de justificá-los
Trocar a vitimização por autorresponsabilidade.
Substituir obediência e obrigação por comprometimento e vontade.
Trocar a generalização por especificidades.
Trocar o pensamento de permanência pela impermanência das coisas.
Substituir o pessimismo por realismo.
Trocar a rigidez de pensamento e opinião por flexibilização.
Trocar o desânimo pelo esforço contínuo.
Substituir a murmuração pela boa prática.
Trocar o individualismo pela contribuição social.
Trocar o ego pelo servir.
Procurar aceitar o que está acontecendo ao invés de lutar para se livrar do problema .
Reconhecer as emoções como parte da experiência de vida;
Regular as emoções por meio da inspiração e expiração lenta e profunda;
Responder com racionalidade, sabendo que logo vai passar, tem um começo, meio e fim; ao invés de fugir ou reagir aos problemas .
Procurar um psicólogo que lhe ajudará como identificar gatilhos e mudar seus esquemas de pensamento e modos de enfrentamento, para uma melhor qualidade de vida.
Procurar ajuda médica, caso os sintomas não sejam autorreguláveis ou controláveis com estratégias de manejo, pois pode haver necessidade de medicamentos para a regulação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina.
Existem prevenções físicas que ajudam o corpo e a mente a reagir nos momentos de medo intenso:
Alimentação saudável, baseada em magnésio ( espinafre, legumes, oleoginosas). zinco ( gema de ovo, castanha de caju, ostras),probióticos (iogurtes, picles, aspargos).
Evitar carboidratos simples e açúcar refinado pois dão picos de glicemia. Preferir os carboidratos complexos, integrais.
Evitar pular refeições e jejum prolongado, pois pode causar hipoglicemia que irá gerar liberação de adrenalina entendendo que o corpo está em perigo pela falta de alimento, causando ainda mais estados ansiosos.
Ter sono regular
Beber água. O nosso cérebro é composto por 90% de água, e quando desidratado tem o funcionamento de muitas áreas cerebrais responsáveis pelo controle das emoções e impulsos comprometidos.
Evitar bebida alcoólica em excesso. O álcool a princípio pode trazer sensação de alívio, entorpecer e anestesiar , porém é um depressor do sistema nervoso central que a longo prazo pode causar efeito rebote e gerar crise de ansiedade.
Evitar café em excesso, pois o café possui propriedades que aumentam a dopamina, podendo causar hiperfoco em sensações ou pensamentos ameaçadores ou de perigo. Também em excesso acelera o metabolismo por ser um energético natural, prejudicando na ansiedade.
Descansar. O excesso de estímulos visuais, auditivos e de pensamentos podem sobrecarregar o sistema nervoso central, por isso é necessário parar, tranquilizar a mente.
Realizar boa leitura . A leitura exige o funcionamento de regiões cerebrais responsáveis pelo raciocínio. Quando se realiza uma leitura se ativam áreas encefálicas como córtex ventro lateral direito responsável pela organização e categorização da linguagem, o que tira a atenção do sistema mesencefálico, límbico responsável pelas emoções, o que equilibrará o sistema como um todo.
Desabafar com amigos ou falar com um terapeuta. Compartilhar o que você pensa e sente, ao invés de ruminar e guardar só para vocês pode ser uma alternativa de você desabafa e esvaziar-se de um acumulo de coisas que te incomodam. Quando você fala áreas cerebrais racionais são ativadas e desviam o foco das emoções.
Não proferir palavras negativas. Não há comprovações científicas que confirmem que você repetir palavras positivas sistematicamente façam você mudar seu estado de ansiedade. Porém evitar ruminação de problemas, palavras negativas ajuda a não piorar o seu estado ansioso.
Fazer exercício físico aeróbico/ correr/ andar de bicicleta/dançar. Na esfera fisiológica, a prática esportiva estimula a produção de substancias que ajudam a relaxar, trazem bem estar e melhoram o bom humor, como endorfina e serotonina. O ganho de condicionamento físico pode melhorar a autoimagem e os benefícios de reconhecimento externo pode ajudar na auto estima. Porém não é recomendável exercícios competitiva que podem aumentar a ansiedade. O esporte também contribui na interação social a qual ajudará a focar seus pensamentos não apenas em si mesma e seus problemas.
Focar naquilo que é agradável, dá prazer e bem estar. Fazer coisas por fazer, sem vontade , só por obrigação para se distrair pode causar frustração e desistência ao longo do tempo, piorando ainda mais o estado ansioso. Por isso foque sua atenção e inicie, mesmo sem vontade alguma atividades que você já tenha gostado algum dia, ou tente novas , a vontade vem com o tempo. Pode ser pintura, cantar, dançar, costurar, fazer artesanato, ouvir música.
Engajar-se com aquilo que você gosta e te faz feliz, se for plantar tomates ou fazer uma horta como Elizabeth Gilbert, o faça até que você se envolva suficientemente e deixe fluir em você tudo aquilo que precisa despertar.
Escrever o que você sente. Como diz Elizabeth Gilbert, escritora do best seller “ Comer,Rezar e Amar” cada um pode escrever a si mesmo como forma de organizar e responder suas próprias perguntas.
Perguntar-se: O que essa emoção ou pensamento quer me dizer agora que veio. De qual dor estou querendo fugir? Da dor do abandono, da rejeição, da dor de não me sentir pertencente...ou da exclusão? Qual mascara está caindo e qual sombra está querendo ser vista, a qual não dou atenção suficiente?
ESTRATÉGIAS BASEADAS EM MINDFULNESS PARA GERENCIAR A ANSIEDADE
Meditar : A meditação baseada em mindfulness é o aprendizado e treino de atenção plena no momento presente, com foco na respiração adequada e diafragmática, no controle direto do estresse e da ansiedade e da depressão. Essa respiração trabalha com o retorno de oxigenação cerebral e irrigação sanguínea do neo córtex ou córtex pre frontal, responsável em controlar os impulsos, medo, reações provindos da amígdala ou do sistema límbico. Assim como terá a função de discernimento e controle de informações, de planejamento, de organização de ideias e tomada de decisões mais assertivas frente uma ameaça ou perigo.
Procurar não rotular as emoções. As emoções não podem por si só serem consideradas boas ou más, positivas ou negativas. Elas são necessárias a medida que nos mantem alertas a não passarmos pelas mesmas situações de enganação, abuso, entre outros. Sua qualificação depende daquilo que cada um faz de seu uso em sua vida. Como diz Leslie Cabrow,em seu livro " O refém emocional" ou Augusto Cury em "O carcere das emoções" não podemos ser reféns emocionais, ou ficarmos aprisionados no cárcere de nossas emoções.
Ser grato. Quando você agradece pelo que tem , você desfoca da falta e começa a sentir-se mais seguro e tranquilo.
Desenvolver autocompaixão. Respeite o que acontece com você como parte de sua existência e experiência de vida. Negar as emoções só faz com que você se afaste de superá-las.
Ser bondoso e gentil consigo mesmo. Diga para suas emoções, ou pensamentos: “Eu entendo que você está aí, você é importante para mim e te respeito e vou te ouvir. Porém você não vai me dominar, sou eu o Senhor de meus domínios”.
Ter uma consciência observadora e não julgadora de si e dos outros. Engajar-se com seu potencial e com você mesmo ao invés de focar nos expectadores de sua vida. Você também não precisa se tornar expectador ou crítico de sua vida ou da vida dos outros. Seja você com seus próprios crivos o seu próprio observador. Mas que os crivos sejam os seus e não aqueles que os outros construíram para você usar.
Amar. O amor depende do desejo de cuidar de algo, de alguém, de se doar, é maior que nós mesmos. É conectar-se com algo superior e não superficial sem esperar em troca. Quando amamos desfocamos do medo e do ego que fica focado apenas nas defesas de uma imagem, ou de uma crença enganosa. do Pensar em quem ama e quem te ama. "A crise de ansiedade é como um hóspede indesejado e incomodo em uma festa, quanto mais você tenta retirá-lo mais ele tenta estar ali e querer receber atenção. Portanto não lute contra esse hóspede, pois você pode comprometer toda a festa. Converse com ele, diga como poderia se comportar, não lhe de mais atenção, redirecione a tua energia e vá você aproveitar a festa. "
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