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  • Foto do escritorKarla Fabiana Benthien Potier - Psicóloga

Estratégias para a regulação de emoções e comportamentos das crianças.


Adaptação, Empatia e Contribuição Social

Na atualidade estamos passando por um momento crítico de distanciamento social, devido a Pandemia pela Covid-19, no qual as crianças estão em casa por mais tempo, pois as escolas e as áreas de lazer foram restritas. Tal mudança exige adaptação tanto dos pais como da criança, e para tanto é preciso muita paciência, força de vontade da pessoa adulta para compreender e orientar a criança. Mesmo os adultos cheios de preocupação e tendo levado seus afazeres profissionais para casa, podem ser capazes de criar uma rotina e administrar o tempo e as emoções para que o convívio seja harmônico e não estressante para nenhuma das partes, pois o aumento da quantidade de estresse baixa a qualidade das relações e consequentemente a imunidade.


Apesar do perigo desse momento ele também serve de oportunidade para ensinar os filhos, por meio do exemplo, que a inteligência vai muito além de coeficientes estatísticos de testes que a mensuram, de notas escolares ou de habilidades de raciocínio lógico dedutivo. A inteligência que garante um verdadeiro bem-estar está atrelada a adaptação social, ao autoconhecimento e automonitoramento de suas emoções e comportamentos, as habilidades de comunicação e assertividade de enfrentamento na resolução de conflitos e a contribuição social da sua existência.


Esse período é uma possibilidade valiosa para perceber que aprendizado não é somente memorização de informações ou absorção de regras, mas a utilização de valores e virtudes absorvidos no convívio diário com a família e que podem se estender a práticas sociais diárias, adaptativas e relacionais. Oriente seu filho, que mais evolui e se desenvolve aquele que melhor souber adaptar-se e conviver com as dificuldades e que os seres humanos além disso ainda tem muita capacidade de ajudar o próximo com empatia e amor.


Para facilitar essa empreitada de adaptação trago algumas orientações importantes aos formadores.


· Mostre a criança que ela é capaz de superar desafios e dificuldades. Mais do que isso, oriente-a com paciência e amor que tudo passa.


· Nas horas difíceis se coloque a disposição por alguns minutos, você é o adulto responsável por dar-lhe seggurança e suporte emcional. Deixe a criança segura de que ela pode se expressar para você quando sentir medo, dúvida, tristeza, raiva e valide os sentimentos dela como naturais, porém confortando-a que também existem outras emoções como alegria, surpresa, amor.


Faça brincadeiras de equilibrio, ou onde ela vá desenvolvendo a segurança, como na imagem.


· Oriente-a sobre empatia! Empatia é colocar-se no lugar do outro no tempo atual e entender como ele está passando, sentindo e pensando. E não como eu penso no lugar dele.


· Fale e demonstre ao seu filho que contribuir socialmente não significa necessariamente doação financeira, pode ser um telefonema para o amigo que está triste, uma cartinha, um sorriso por vídeo chamada, a doação de palavras de conforto.


· A gratidão é um dos maiores segredos para o bem estar. Comece a agradecer pelas coisas mais simples!


· Se a criança falar ou fizer algo inapropriado elabore com ela uma nova frase, um novo pensamento e um novo comportamento. Falar das punições que você receberia na sua época se fizesse o mesmo que ela só aumentará a distância entre vocês.


· Dê apoio e ensine-a a desenvolver competências sócio emocionais, mas primeiro certifique-se de estar desenvolvendo-as em você mesmo. Práticas de empatia e civilidade começam em casa e são apenas reforçadas na escola. (Não esqueça de usar obrigada, por favor, com licença, sinto muito, me desculpe, posso aguardar...)


· Respeite a fase de desenvolvimento biológico, físico, neurológico, psicológico e comportamental. Ao invés de julgar antecipadamente, e criticar a criança numa tarefa que tenha percebido dificuldade, não julgue incompetência, ela está em formação, mas procure se informar a respeito com um profissional especializado.


· A auto aceitação e auto estima da criança começa pela aceitação dos adultos as características individuais dela e das outras crianças. Não as compare.


· Não force para que empreste a todo custo seu brinquedo novo, faça combinados. Não insista para que seja a melhor amiga do filho de seu amigo, ou a cuidadora do irmão mais novo. Crianças são crianças e não adultos para se responsabilizarem uma pelas outras. Nem todas têm afinidades entre si, mas todas precisam respeitar-se.



É natural que os adultos também estejam preocupados com a saúde de seus familiares, o futuro de seus filhos, a educação, a profissão deles, e ainda com seus próprios problemas financeiros ou econômicos ou pessoais. Mas nessa hora é essencial que não percam o controle das suas emoções de medo, raiva ou ansiedade, isso só piorará as coisas.


· Evite projetar suas frustrações nos familiares, resmungar palavras torpes, vãs e jamais use de violência física ou verbal que nada ajudam a solucionar problemas apenas geram outros.


· Não busque culpados, justificativas nem crie rótulos para pessoas ou para momento faça o que você pode fazer dentro de suas condições.


· Evite catastrofizar o perigo. Haja como um adulto com o melhor que você tem em seu coração e em sua mente. Será no seu adulto que seu filho se espelhará quando ele precisar passar por momentos difíceis no presente ou no futuro.


(No post “Dicas para enfrentar a crise”, você pode conferir algumas sugestões).

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