top of page
  • Foto do escritorKarla Fabiana Benthien Potier - Psicóloga

Dicas essenciais para enfrentamento de crise.

Atualizado: 18 de jul. de 2020

Crise é uma desestabilização temporária, que atinge o estado físico, mental, psicológico, espiritual, individual e ou coletivo. As respostas a crise podem ser adaptativas, quando a pessoa busca se reorganizar e se reinventar ou desadaptativa, gerando mais estresse, mais conflitos e caos. A crise pode ser originada por um divórcio, um conflito, a terceira idade, a doença, o desemprego. Gera perda, mudanças e riscos. O que diferencia os resultados é como a pessoa vai lidar com essa crise. A pessoa que passa por isso precisa refletir como está se posicionando e como reagiu até hoje frente mudança e reciclar seu repertório de habilidades emocionais e comportamentais com ajuda de uma pessoa de confiança. Apenas ver, sem criticar, sem juízo de valor. Apenas constatar como parte da sua experiência humana que está ali por alguma necessidade e com alguma função. A resposta virá aos poucos. Para enfrentarmos a crise seguem algumas dicas essenciais:

1-Aceite e admita Olhe para o obstáculo ou a dificuldade sem resignação, sem reatividade mas como um observador e faça uma constatação racional da situação.

Aceite que nem todos os momentos da vida são de alegria, satisfação,tristeza, raiva, medo e angústia. A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.

Independente da sua posição social ou hierarquica. Permita-se, na sua humanidade, sentir o que sente, sem se desesperar. Encontre um lugar onde possa silenciar e ouvir seu coração, masi do que sua mente que a tudo quer analisar. Chore se for necessário, pois as lágrimas liberam substâncias tóxicas ao nosso organismo e ajudam a diminuir a angústia gerada pelo estresse.

Perceba principalmente seus próprios limites para enfrentar a situação e respeite-os.

Tenha em mente que o que era já não é mais e que mudanças são constantes e fazem parte da vida, porém algo novo e melhor está por vir se você ampliar sua visão. 2- Entregue e se comunique como adulto

Depois de aceitar e admitir suas vulnerabilidades e inseguranças naturais ao momento de crise, baseie-se na humildade e entregue os cuidados de você ou de suas emoçõeos a alguem que você confie. Pode ser seu terapeuta ou um amigo, que saibam ouvir e não precisem necessariamente opinar. Falar é colocar para fora, o que estava preso, escondido ou fazendo pressão dentro de você. É colocar sentimentos em palavras antes deles emergirem em forma de explosão. As palavras organizam pensamentos, categorizam, diminuem o reflexo de ataque ou de fuga como defesa da ameaça. A expressão de sentimentos por meio de palavras assertivas transformam as emoções (produzidas pelo sistema límbico). As frases acionam a região racional do cérebro (neo-córtex ventrolateral direito, dando significado e ativiando o hemisfério esquerdo buscando explicações lógicas) o que produzirá efeito terapêutico e de equilibrio para o agir. Falar com consciência e como adulto sobre suas experiências é diferente de murmurar, resmungar, lamentar ou lamuriar como criança. Quando você se comunica como adulto, de forma assertiva para resolver um problema ao invés de rumina-lo você reduz a resposta negativa e defensiva à ameaça.

Quando você se entrega, sai do papel vítima, de revolta, de resignação, deculpabilizador ou daquele que está se evadindo e se capacita a ver-se como sujeito parte do fluir da vida.

Conversar e partilhar faz você operceber que não está sozinho e diminui as suas reações imediatas de brigar com a sua emoção e com a emoção do outro.

3- Abra-se para o novo.

É necessário olhar para o que passou com respeito, pois foram experiências passadas que te ensinaram o que você sabe hoje e te moldaram a ser o que é. No entanto quando a crise ou a mudança chegam requerem flexibilidade de pensamento e menos rigidez,sendo necessário abrir espaço a novas formas de agir frente ao novo. Novos desafios, geralmente exgem novas habilidades. Se hoje o modelo antigo não é mais efetivo, é preciso mudar a percepção e desaprender o padrão de comportamento e de pensamento que você usava até então. Mudar o mindset, ou seja suas programações mentais e o seu modus operandi pode não ser fácil, mas sem duvida será necessário para lidar com a crise. Busque se desfazer de comportamentos, atitudes e velhas condutas que talvez não sirvam mais ao momento atual.

Enquanto um recipiente ainda estiver cheio do antigo não haverá espaço para o novo, da mesma forma sua mente. Permitir a entrada do novo não é tão fácil mas é fundamental e evolutivo. O pensamento catastrófico, de que a dificuldade é permanente,apocaliptica, abrange tudo e todos os mais frágeis não vai ajudar a delinear um futuro melhor. Crise é perigo mas também oportunidade e desafio. Como ja dizia Darwin: "...evolui o que melhor se adapta."

Como se abrir ao novo? Abra mão da sua razão, em prol de ouvir o ponto de vista do outro pode surtir mais efeito. Ao invés de se acumular de tarefas para garantir um resultado, confie nas competências da outra pessoa, delegue e acompanhe. Trabalhar mais tempo , não significa mais produtividade; organização e admnistração do tempo sim. Ordenar regras sem explica-las não significa obediência, mas orientar a conscientização da outra pessoa da necessidade daquela regra gera autoresponsabilidade.

4-Espere e respeite o tempo.

Algumas vezes no momento em que o furacão, o tsunami, a praga, a pandemia estão passando, há pouco a fazer de concreto a não ser proteger-se. Use sua flexibilidade como um ser da natureza, como um salgueiro de tronco espesso, mas como um coqueiro que enverga às adversidades climáticas, esperando a tempestade passar. Deve se aguardar o tempo da nova configuração, seja pessoal, mental, familiar, dos negócios, da economia, do social, da natureza, do mundo, do planeta. Pare de ruminar o passado ou se focar em expectativas negativas de futuro. Pare de ansiar ou temer pelo novo e desconhecido. Ele vai aparecendo aos poucos. É acalmar a mente para que o novo possa emergir e perceber a passagem. É esperar a árvore crescer.

5 - Compartilhe e contribua socialmente.

É o momento de colher e tomar o fruto da árvore, saboreá-lo e acalmar sua fome. É repetir para si mesmo: “Eu tomo com gratidão o que me está sendo dado, pois é com isso que vou crescer. O que é parte de mim, eu coloco e colocarei a serviço dos outros, e por isso distribuirei os frutos de minha colheita que passou por tantas dificuldades, mas foi regada a fé e resiliência. Só quando oportunizo os outros a desfrutarem do que aprendi com o que me foi dado é que se constitui a minha missão.

17 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page