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  • Foto do escritorKarla Fabiana Benthien Potier - Psicóloga

Como ajudar alguém que obteve diagnóstico da COVID-19?

Como ajudar um amigo, familiar, funcionário ou a si mesmo se obteve um diagnóstico da COVID-19 e está em recuperação?


É hora de você criar uma rede apoio familiar e social e colocar em prática as suas forças de caráter de contribuição, ajuda, solidariedade, amor, bravura, esperança e encorajamento, entre outros. Todos possuem em algum grau essas forças, podem e devem acioná-las mais do que nunca em prol de um sentido de vida muito maior do que aquele que muitos eram acostumados até então. Afinal, se essa situação Pandêmica se apresenta é porque você tem as condições para esse propósito de ajuda ao próximo, basta desabrochar a sua vontade. Para quem passa por uma dificuldade, uma crise ou doença, ter alguém em quem confiar nas horas de insegurança e vulnerabilidade é reconfortante e motivador.

Para ser ajudador, em primeiro lugar, é preciso sair da sua zona de conforto de “não é comigo” ou “melhor eu não me envolver para não me contaminar”. Inúmeros profissionais e pessoas comuns podem contribuir mesmo à distância, buscando conhecer as necessidades ao seu redor e oferecendo, em redes sociais entre outros, suas qualidades e o que de melhor sabe fazer. Contribuir traz um senso de responsabilidade, de sentido a vida, de utilidade, de unidade e faz bem a todos os envolvidos.

Por onde começar?

· Primeiro, mantenha-se centrado, acolha as suas próprias emoções e informe-se em fontes seguras. Não se baseie em crenças pessoais, políticas e achismos sobre a doença.

· Acolha as emoções, os sentimentos, a fala ou mesmo o silêncio da outra pessoa eles são reais e precisam ser respeitados.

· Ajude a pessoa a desfocar um pouco do ego que talvez lhe envie mensagens como: “isso não poderia estar acontecendo comigo, “sou azarado”, “estou infectado porque é castigo” essas crenças limitantes de nada ajudam na recuperação.

· Explique que milhares de pessoas do mundo inteiro estão passando por isso e unindo forças para vencer. Apesar de ainda não terem encontrado a cura ou vacina muitas medicações têm tido resultados eficazes.

· Ajude a pessoa a não “sentir-se uma vítima, envergonhada, culpada ou excluída”. É uma doença que não escolhe classe social ou econômica, raça, credo ou idade, embora existam grupos de risco. O importante é que a pessoa seja auto responsável e faça sua parte se cuidando física e mentalmente e preservando o próximo. Logo passará.

· Confie na medicina e na ciência e estenda essa possibilidade ao doente. Apesar de todas as articulações políticas, ainda existem investimentos e profissionais sérios na busca pelo melhor.

· Tenha informações confiáveis em mão, para saber quais os cuidados médicos necessários e oriente a pessoa a segui-la, sem seletividade baseada em achismos. O site do ministério da saúde pode esclarecer todas as suas dúvidas e no momento é o órgão competente para tal.

· Considere mais casos de cura ao conversar com a pessoa infectada e não foque em número de casos de morte.

· Não leve notícias piores ao doente, do que aquelas que ele já tem, isso pode causar ainda mais estresse e antecipação de resultados negativos. No entanto também cuide para não o tratar como incapaz e fraco para enfrentar os fatos. Idosos principalmente, não devem ser tratados como crianças submissas, mas com respeito e carinho.

· Desestimule a exposição a notícias repetitivas e trágicas.

.Evitar a fixação mental na causalidade dos fatos e focar mais em enfrentar e mover-se para a vida é uma estratégia.

.Buscar culpados externos, apenas reforça o papel de vítima e se exime da responsabilidade e da força para a recuperação.

.Indique filmes encorajadores ou músicas de época. Compartilhe histórias de vida divertidas ou de conquistas. Boas lembranças podem ser reconfortantes.

· Oriente a pessoa a ser responsável, e insista para que tome todas as medidas necessárias: Medicação prescrita, uso de máscara, distanciamento social, lavar constantemente as mãos com água e sabão, evitar ao máximo o contato com pessoas da própria casa por apenas algum tempo, idosos ou grupos de risco, higienizar roupas, utensílios e superfícies em comum.

· Oriente-a a cuidar de sua saúde física e mental e não se entregar. É fundamental manter uma alimentação saudável, tomar bastante água, e manter os cuidados básicos pois a baixa imunidade pode prejudicar a reação do corpo ao vírus.

.Se a pessoa for assintomática, da mesma forma precisa se cuidar e preservar aqueles que estão ao redor, pois é transmissora também ,e você pode alertá-la da seriedade de tomar as medidas cabíveis e sobre as consequências, sem no entanto ofendê-la, segregá-la, ou julgá-la.

· Não minimize, ou ignore a situação e nem faça pouco caso da pessoa diagnosticada, dê um telefonema, envie uma mensagem, pergunte o que precisa, se disponha perguntando no que pode ajudar, poderia ser você no lugar dela.

· Diga para a pessoa não se desesperar e nem catastrofizar a situação, para evitar frases como “ isso destruirá toda a nossa vida e tudo que conquistamos, “esse é o final dos tempos, ” “os hospitais não estão dando conta”, "perderei meu emprego". Cada caso tem sua particularidade e focar em si e não nos outros ajuda muito.

· Evite antecipar resultados negativos, sobre o que você imagina que poderá acontecer depois. Não faça conjecturas negativas sem ter certeza de fatos.

· Foque no dia de hoje, no aqui e agora! Incentive sensações boas e agradáveis por menores que sejam. Ajude-a a relaxar sem ficar analisando porquês da doença.

· Proporcionar um ambiente acolhedor, fazer um chá, sugerir um escalda pés, manter-se quentinho, aromatizar, musicalizar ou colorir um pouco o ambiente pode ajudar a sentir-se acolhido.

· É natural que venham emoções como raiva, medo, tristeza e estados de ansiedade, indignação, revolta, desânimo. Respeite-as, tenha paciência e contribua não lutando contra elas e sim aceite-as como parte do processo. As sinta como nuvens carregadas passageiras, sem apegar-se a elas. Assim como a tempestade passa esse momento também passará.

· Leve pensamentos leves, de positividade, perseverança, porém sem excessos de otimismos irrealistas ou fantasias.

· Converse com a pessoa sobre as dificuldades que ela já superou na vida e venceu, ou peça que ela se espelhe em vencedor, isso poderá encoraja-la a seguir lutando.

· Lembre-a de que esta é mais uma experiência de vida e o quanto ela já evoluiu e pode aprender e evoluir ainda mais.

.Ajude a pessoa a não usar da difícil situação para se vitimizar, lamentar a vida , largar seus projetos e sonhos, desistir de lutar não é uma boa opção.

· Leve a palavra de que coragem não é falta de medo é seguir com medo, porém sem deixar que ele te domine. Não é problema assumir certas vulnerabilidades pois todos somos humanos.

· Ouça com atenção sem interromper ou dar lições de moral. Quando se fala sobre suas emoções e o que sente ativa áreas do cérebro responsáveis pela racionalidade e regula a ativação neural do sistema de emoções. Sentir-se compreendido traz segurança!

· Fique atento e busque ajuda de um psicólogo se a pessoa apresentar sintomas frequentes e intensos como melancolia, agitação, ameaças de morte, visão turva, fala sem sentido, insônia, compulsão.

· Como amigo ou familiar cuidador, cuide também de você mesmo e de suas condições psicológicas. Confie, tenha esperança e resiliência. Evite se sobrecarregar de preocupações, querendo ser o salvador ou o herói. Cada um só pode e deve fazer a sua parte.

Karla Benthien Potier – Psicóloga – CRP 08/07983-2

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