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Desenvolvendo a autonomia

  • Foto do escritor: Karla Fabiana Benthien Potier  - Psicóloga
    Karla Fabiana Benthien Potier - Psicóloga
  • 20 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 24 de mai. de 2020

O grande educador, Paulo Freire já falava sobre a importância da autonomia, do não se submeter ao saber imposto e do construir o aprendizado por meio da sua contextualização e singularidade. Ficou famoso pelo ler mais do que Eva viu a uva, mas de despertar o desejo para saber quem era Eva, por que , para que, quando, como e onde estava a uva.

Apesar de toda polêmica gerada, a noção de aprender questionando, perguntando, buscando exige um interlocutor que se faça ponte ou intermediador de tal saber. A criança precisa de alguem que lhe responda seus "por ques" , ou seus "comos" e conforme vai se desenvolvendo, vai aprendendo com o seu interlocutor a falar e agir. nâo é uma questão de subordinação mas de aprender na troca, na relação. E nessa relação com o outro se agrega, se acrescenta, se aperfeiçoa e amadurece favorecendo sua própria segurança para o desenvolvimento do seu pensar, da sua singularidade e aos poucos de sua autonomia e vá se construindo autora e sujeito de sua propria história.

No entanto há uma grande distinção entre as crianças atuais, seja por questão social, cultural ou economica, pela falta ou excesso tanto da heteronomia quanto da autonomia, ambas necessárias a constituição neuropsicologica e psiquica de cada um.

Por um lado há o abuso da delegação de responsabilidades a crianças pequenas para que cuidem de seus irmãos mais novos, para que trabalhem profissionalemnte, para que decidam e tenham por si mesma autonomia para se virar. Por outro lado há crianças sendo tolidas em seu processo de construção mental de conceitos por estarem sendo desoportunizadas por seus pais superproteores ou babás, por conta da "pressa", a darem conta de seus próprios tratos pessoais como banho, pegar um copo de leite, esticar uma coberta, levantar ao cair, ou estender uma mão para juntar o lápis do amigo.

É preciso trazer essa reflexão, pois não se pode suprimir e dilapidar a infancia e nem prolongá-la a ponto de formar adultos infantiloides, imaturos e que não saber tomar decisções ou agirão com ataques de birra ou fugas ao prazeres ilicitos, nos primeiros nãos ou dificuldades que a vida lhes trouxer.

Muito há ainda ha ser falado, mas nesse momento seguem algumas dicas simples mas fundamentais para o equilibrio entre heteronomia, autonomia e desenvolvimento saudável de todas as crianças e de seus pais.


· Incentive a criança a atividades em grupo mas também permita que passe alguns momentos sozinha consigo mesma e seu mundo mágico, sem que isso a faça se sentir solitária ou excluída.


· Compreenda e respeite que toda criança tem uma forma particular de ver, sentir e apreender o mundo dentro de seu tempo e ritmo biológico, neurológico e emocional.


· Estabeleça e reafirme as regras e condutas periodicamente, de forma motivadora e alegre, dando significado de acordo com cada experiência sendo vivenciada, não adianta fazer um compêndio, ou um discurso, a absorçao de informações de mundo ocorrerá aos poucos.


.De o modelo e depois oriente o que ela já é capaz de fazer sozinha sem depender de uma terceira pessoa, mas permita que ela use a criatividade na sua maneira de agir e organizar-se, e lembre -se que ninguem fará igual a você.


· Mostre que a família pode ser um ambiente de parceria entre os membros, e não de subordinação, acusações, vitimizações ou abusos.


· Os pais como adultos devem ser o modelo de equilíbrio e de como agir no momento de uma dificuldade ou conflito entre os filhos. Impedi-los de divergir não ajuda-os a prender a encontrar soluções; mas também permitir a agressão não é uma medida assertiva para resolução de conflito. Nesse ultimo caso intervenha.


· Toda criança é capaz de aprender, crescer e desenvolver-se, não a compare, nem para mais nem para menos. Para mais faz com que ela aprenda a se desfazer e minimizar os esforços dos outros e perceber que ha multiplas habilidades e talentos; para menos denigre sua auto imagem, sua auto estima e autoconfiança.


. Cada criança tem um jeito diferente de aprender e habilidades diferentes, invista nelas. Dê-lhe estímulos apropriados a cada fase e saiba respeitar seu ritmo, porém tenha em mente que a uma escala de desenvolviemnto biológico e neuropediatrica a ser seguida, não uma escala baseada nas competências ou habilidades do irmão mais velho ou do amiguinho da escola. Na dúvida consulte um profissional especialista em desenvolvimento infantil.

· Não dê a resposta pronta às suas perguntas. Leve a criança a pensar nas respostas junto com você, vá aos poucos dando pistas e ajudando-a a evocar suas memórias e consolidar aprendizados.


· Estimule novos vocabulários, falando-lhe novas palavras a cada dia.


· Qualidade de tempo e de presença, é mais importante do que quantidade e presentes! Presentes não compensam a falta de presença em amor.


. Sugira que a criança planeja as férias, as compras do supermercado, o que faria num caso de doença da família, proponha um quebra cuca, um passeio no qual ela te guie o caminho, criem um gibi, um caça palavras, uma partida de video game, um percurso de obstaculos para o roler, o skate... vale muito mais que uma tarde inteira em casa, cada um em um cômodo. Desperte novas redes neurais para a autonomia, mas não espere que faça sozinha, acompanhe, supervisione!


. Crianças escribas, copistas, sentadas enfileiradas constantemente, não é disciplina, é obediência. Obediência não ensina autorresponsabilidade mas respostas automaticas a comandos que quando extintos não terão trazido qualquer comprometimento, uma vez que a construção dos motivos não fora internalizada.

. Somos todos iguais em direitos e deveres civis mas diferentes em nossas individualidades, no desenvolvimento físico, moral, mental, social, emocional e espiritual. Estamos todos em processo de completude por tanto respeitemo-nos.

Dra. Karla Fabiana Benthien Potier

Psicóloga e neuropsicóloga - CRP 08/07983-2

Pedagoga e neuropsicopedagoga – CPF 016 556 769-46

 
 
 

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